COSTA MARQUES 35 ANOS: UMA SÍNTESE DE CHIANCA À CHICO TERRITÓRIO









Conhecer a nossa história é viver nossa memória! Usa-se o chavão de que o brasileiro não tem memória. E o costamarquense tem? Talvez esteja faltando quem a conte, ou, talvez, quem a busque, quem a leia ou a escute! No dia 16 de junho de 2016, o município de Costa Marques que num momento de inspiração ímpar o poeta Antônio Cândido da Silva decantou como o lugar onde Deus reuniu as belezas do mundo, completa 35 anos de emancipação política e administrativa.







A Oeste do estado de Rondônia, fazendo fronteira com a república da Bolívia Lat. 12¤ 26’ 42”, Lon 64¤ 13’ 38”, 140m acima do nível do mar, situado numa área de transição entre Floresta Amazônica, Pantanal e Cerrado, na região Madeira-Mamoré, está o município de Costa Marques. Aqui 16 mil pessoas vivem como bons cidadãos devem viver, cumprindo seus deveres e exigindo seus direitos. COSTAMARQUENSES, parabéns pelos 35 anos de emancipação. Vamos conhecer um pouco de sua história?







COMO FERTILIZOU.
Não fui tão amigo de Luiz Ehrich de Menezes, mas o conheci bem e, várias vezes, por admirar sua inteligência e sapiência, conversamos e dele absorvi informações que ajudaram a internalizar em mim eterno amor por este lugar. Para eu sair daqui é uma questão de tempo, o tempo de o Guaporé secar e a Serra que circunda este paraíso mudar.
Do cabedal do citado e saudoso pioneiro, suscito reminiscência ao dizer que a origem de Costa Marques remonta o século XVIII, com o então pequeno vilarejo de Santa Fé localizado a 7 km de Costa Marques, formado por um pequeno grupo de escravos fugitivos que trabalharam na construção do Forte Príncipe da Beira entre 1776 a 1783. Convém ressaltar que os governos coloniais preocupados com a extração do ouro e com a guarda fronteiriça, trouxeram para a nossa região consideráveis contingentes de negros para trabalhar em construções públicas como o Forte Príncipe e a cidade de Vila Bela de Santíssima Trindade, a primeira capital de Mato Grosso.
No século XIX os governos coloniais empobrecidos pela escassez do metal preciso, abandonaram a região deixando para trás seus escravos, os quais se reordenaram em diversos espaços como Pedras Negras, Santo Antônio, Santa Fé, Forte Príncipe e Comunidade de Jesus, mantendo a cultura de suas matrizes quilombolas como Quariterê, Mutuca, Joaquim Teles e Piolho. Tradando-se de Santa Fé, como disse, a comunidade foi formada pela junção de trabalhadores negros fugitivos da construção do Forte Príncipe da Beira que se agregaram a uma empresa peruana que comercializava o látex. Com isso, Santa Fé passa a ser um vilarejo, ponto de encontro de caucheiros.
FRANCISCO CHIANCA FECUNDA O EMBRIÃO
Em 1900 o látex tem notoriedade no mundo. O Vale do Guaporé nessa época era um riquíssimo celeiro com seus inúmeros seringais. Em 1905, Francisco Chianca se estabelece na jusante do Rio São Domingos com o Rio Guaporé, onde hoje está localizada uma bomba injetora da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia - CAERD e passou a trabalhar com seus agregados ribeirinhos brasileiros e bolivianos, na extração de lenha para o abastecimento das embarcações a vapor que trafegavam pelo Rio Guaporé de Guajara-Miriam a Vila Bela de Santíssima Trindade.
No dia 20 de Janeiro de 1906, Chianca hospedou em seu tapirí, o coletor de impostos, engenheiro e ilustre político mato-grossense Manoel Esperidião da Costa Marques, dotado de singular Cultura e carisma, cativando, sobremaneira, Chianca. Contou-me Luiz Menezes que Chianca tratou Esperidião por ter este enfermado de malária. Após a partida de Esperidião, o anfitrião impressionado com a cultura do visitante trocou o nome do lugar que antes era Porto São Domingos, para Porto Costa Marques, em homenagem ao seu ilustre hóspede. Homenagem esta que levou a instituição do nome a este município. Em razão da data da chegada ao Porto, no dia 20 de Janeiro, o então Monsenhor Francisco Xavier Rey escolheu o Santo do dia, São Sebastião, como o padroeiro do lugar.


O EMBRIÃO SE DESENVOLVE
Quando da hospedagem do Senhor Manoel Esperidião da Costa Marques no tapirí de Chianca, este fez um pedido especial a Esperidião, que mandasse para cá um professor para ensinar as quase 50 crianças entre 6 a 12 anos que não estudavam. Em Santa Fé, as filhas do senhor Miguel dos Anjos - Angelina e Lídia ensinavam as crianças de lá, o que por esforços próprios conseguiram aprender. No fim de 1906, chegou ao Porto Costa Marques o professor Boaventura que ensinou neste lugar até 1924.
Com a criação da Escola do professor Boaventura, embrião da atual Escola Gomes Carneiro, a maioria das famílias de Santa Fé mudou-se para o Porto Costa Marques a fim de que seus filhos estudassem. Assim, o vilarejo dava os primeiros sinais de crescimento. A extração da goma elástica foi o chamariz de comerciantes ao Vale do Guaporé. Atraídos pelo “ouro negro” se estabeleceram em Guajará-Mirim e Costa Marques os gregos Suariadakis, Russelakis, e Demétrio Mellas; os libaneses sírios e turcos Hassib Cury, Massud Jorge, Abraham Ibanes, entre outros. Os casarões que teimosamente estão de pé à margem do Rio Guaporé testemunham esses idos momentos de prosperidade trazidos pelo látex à Costa Marques que continuou seguindo seu percurso de crescimento como distrito de Guajará-Mirim.



A CRIANÇA NASCE, CRESCE E AMADURECE
No dia 16 de junho de 1981, através da Lei Federal n¤ 6. 921, sancionada pelo então Presidente João Baptista Figueiredo, Costa Marques torna-se município emancipando-se de Guajará-Mirim. Até que houvesse eleição, já que vivíamos o período da ditadura militar, foi nomeado como prefeito tampão, o senhor Mário Jorge Duarte de Queiroz. A instalação do município se deu no dia 1¤ de fevereiro de 1983, concomitantemente com a posse dos primeiros vereadores eleitos no dia 15 de novembro de 1982. Tomaram posse os eleitos: Cristino Luís dos Santos, Luiz Ehrich de Menezes, Paulo Carrate Filho, Neuza Mendes Cortês, Francisco Justino Holanda, Raimundo Carmo de Oliveira e Ruy Rodrigues de Almeida. Ficaram na suplência: Tadeu de Souza Silva, Jovino Moura Filho, José Chaves e Rosélia Russelakis. A Mesa diretora ficou assim composta: Luiz Ehrich de Menezes - Presidente; Paulo Carrate Filho - Vice-presidente; Neuza Mendes Cortês - 1¤ Secretária e Cristiano Luís dos Santos - 2¤ Secretário.
No dia 31 de agosto de 1983 teve eleição para prefeito sendo eleito o senhor Ruy Rodrigues de Almeida que tomou posse no dia 10 de Outubro do mesmo ano. Em função da vacância no parlamento deixada pelo senhor Ruy Rodrigues de Almeida, um dos eleitos vereador da primeira legislatura que assume agora como chefe do executivo, assume na vereança o suplente Tadeu de Souza Silva e na vaga deixada pelo vereador Francisco Justino Holanda por ter sido nomeado pelo novel prefeito como Administrador Distrital, assumiu o senhor Jovino Moura Filho (PMDB), os demais eleitos e suplentes eram correligionários filiados ao PSD.
Luiz Ehrich de Menezes, Ruy Rodrigues de Almeida e Raimundo Carmo de Oliveira, in memórias. José Chaves e Tadeu de Souza Silva moram, hoje, em Guajará-Mirim; Paulo Carrate Filho, Rosélia Russelakis e Jovino Moura, moram em Porto Velho; Neuza Mendes Cortês e Francisco Justino Holanda nunca arredaram o pé deste lugar.
Estamos concluindo o 9¤ mandato e pelo executivo municipal de Costa Marques passaram os seguintes prefeitos: Ruy Rodrigues de Almeida de 1983 - 1988; Sebastião Teixeira de 1989 - 1992; Antônio Cassimiro da Silva de 1993, no terceiro ano o mandato do seu Antônio Cassimiro foi interrompido por sua renúncia e o interventor José Luiz governou até 1996; Élio Machado de Assis de 1997 - 2000; Raymundo Mesquita Muniz de 2001 - 2004; Élio Machado de Assis voltou a governar de 2005 - 2008; Jackeline Ferreira Góes de 2009 - 2012 e tomou posse no dia 1¤ de janeiro de 2013, Francisco Gonçalves Neto, o Chico Território. O Chico Território também foi vereador ininterrupto da 2¤ e 3¤ legislaturas - de 1989 a 1996 e foi Vice-prefeito de 2001 - 2004.




CONCLUSÃO
Costa Marques dista da capital Porto Velho 756 km, faz fronteira com a Bolívia e com os municípios de Guajará-Mirim, Seringueiras e São Francisco do Guaporé. O Vale do Guaporé é riquíssimo em belezas naturais. O seu corredor se estende de Porto Velho a Costa Marques e foi estabelecido como um dos polos eco turístico da Amazônia culminando com a beleza deste paraíso pela exuberância de sua fauna, flora, dunas, lagos, rios, cultura e singular espírito hospitaleiro de sua gente. O autor do hino de Costa Marques numa inspiração ímpar decantou que Costa Marques é o "LUGAR ONDE DEUS REUNIU AS BELEZAS DO MUNDO”.
Prof. Carlos Alberto (costamarquense apaixonado).

Cretidos http://www.newsrondonia.com.br

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